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sábado, 6 de abril de 2013

Cid reage a acusações de espionagem e afirma que teve emails violados

O governador surpreendeu até os deputados ao comparecer à Assembleia para se defender das acusações de espionagem contra o ex-prefeito Roberto Pessoa (PR), levadas à tona pelo deputado federal Eudes Xavier (PT)

FOTOS EDIMAR SOARES
Cid Gomes negou que tenha participado de qualquer esquema para espionar o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa

“Se esses emails são verdadeiros, eu quero ser preso e renuncio ao meu mandato”. Assim o governador Cid Gomes (PSB) reagiu às denúncias apresentadas na última quinta-feira, 4, pelo deputado federal Eudes Xavier (PT). O petista havia acusado Cid e o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) de terem contratado uma empresa de espionagem para investigar o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR). Pegando até os deputados de surpresa, o governador foi à Assembleia Legislativa e fez um longo discurso no qual, além de se defender, contra-atacou.

Cid reconheceu que sua conta foi vasculhada, mas afirmou que nenhum dos emails apresentados por Eudes na denúncia são “verdadeiros em sua integridade”. Isso porque, de acordo com o governador, trechos originais eram colocados juntos com trechos criados, de forma a dar um contexto diferente. “Todos são falsificados, mas pegam alguma coisa de verossimilhança”, ressalta.

A versão da origem da história apresentada por Cid dá ares ainda mais intrigantes à história. Segundo ele, duas pessoas o alertaram no fim do ano passado de que seus emails poderiam estar sendo espionados.

Primeiro, teria sido um empresário do ramo musical, que teria visto Roberto Pessoa retirar uma cópia de um email de Cid da própria carteira. Depois teria sido a vez de Luiza Perdigão, ex-titular da Secretaria Executiva Regional do Centro na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT).

Cid diz que Luiza havia enviado um email para ele. Dias depois, segundo o governador, a própria Luiza o informou de que Luizianne havia obtido uma cópia do email e então feito cobranças à Luiza. “A Luiza Perdigão viu nas mãos da prefeita a cópia de um email meu”, salienta Cid.

Ele afirma que então foi orientado por um funcionário da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) a preparar uma “isca”, que consistiu em um email enviado a Cid, sem que ele o abrisse.

As informações teriam mostrado que a mensagem havia sido acessada por três dispositivos diferentes, que não o do governador. “Depois disso, pedi investigação porque meus emails estavam sendo vasculhados”, afirma o governador.

Cid fez ainda duras críticas a Eudes Xavier: “Inventaram tudo isso e passaram para o Eudes. Resta saber se ele entrou nisso de beócio, imbecil ou idiota, ou se como crápula, vinculado a uma quadrilha. Eu, como tenho boa fé, espero que seja o primeiro caso”.

A Polícia Civil do Ceará informou, através da assessoria de comunicação, que “já foi instaurado um inquérito acerca do fato e que tudo está sendo investigado conforme a lei”. 

O POVO tentou contato com Luizianne Lins diversas vezes em seu celular durante a tarde e noite de ontem, mas ela não atendeu às ligações. O POVO tentou contato também com Luiza Perdigão, que hoje trabalha na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão de Fortaleza, mas não conseguiu localizá-la. A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que não tinha o telefone de contato dela.

E agora?

ENTENDA A NOTÍCIA

O pronunciamento do deputado federal Eudes Xavier (PT) gerou reação não apenas do governador Cid Gomes (PSB), como também do líder do PT na Câmara, José Guimarães, que afirmou não concordar com Xavier.

Bastidores

A ida de Cid à Assembleia alterou a rotina da Casa. Segundo informações, ligações foram feitas a todos os deputados no início da manhã, informando que o governador iria ao plenário. Alguns deputados inclusive estavam se dirigindo a municípios do Interior, mas foram orientados a retornar. 

Cid estava bastante enfático, gesticulando muito e com ar tenso, diferente de sua postura tradicionalmente tranquila e de palavras comedidas. Ele se exaltou quando o deputado Carlomano Marques (PMDB) pediu esclarecimentos sobre o conteúdo dos emails citados. 

Na sua vez de falar, a deputada Eliane Novais, que integra grupo interno no PSB contrário a Cid, disse que “vê muito pouco” o governador e entregou a ele um documento sobre a seca. Cid disse: “A gente poderia se ver mais se a senhora comparecesse às reuniões da executiva estadual do partido”. Eliane informou que não faz mais parte da executiva. “Eu até queria, mas me tiraram”, comentou depois. Era uma referência ao episódio que excluiu o grupo dela do comando do partido. 

A deputada Fernanda Pessoa (PR), filha de Roberto Pessoa, esteve na Assembleia durante o pronunciamento de Cid. Ela preferiu não comentar o caso e disse apenas que iria aguardar as investigações.

O vereador Capitão Wagner (PR), crítico do governo Cid, esteve no plenário enquanto aguardava por uma audiência pública. Questionado sobre as declarações de Cid, que afirmou que “gente da área de segurança” estaria incomodada com a atuação de Ciro Gomes junto à pasta que cuida do tema., Wagner disse: 

“Não sei o que Ciro está fazendo na Segurança. Ele não é secretário, nem assessor, não sei o que ele é”. 

Logo depois de o governador o plenário da AL, Eudes Xavier chegou à Assembleia para participar de uma audiência pública. Ao encontrar Capitão Wagner, Eudes o abraçou e disse: “Vou precisar de você mais do que nunca”.

Entenda a polêmica

A “briga” histórica entre os Ferreira Gomes e Roberto Pessoa

O ex-prefeito de Maranacaú, Roberto Pessoa (PR) sempre foi um opositor dos mais ferrenhos à família Ferreira Gomes. Seus maiores embates ocorreram com o ex-ministro Ciro Gomes (PSB).

As divergências, que já eram públicas, tornaram-se mais acirradas na última década. Em 2004, Pessoa, à época filiado ao PL, venceu a eleição para prefeito de Maracanaú. Em 2006, uma fusão do PL com o Prona deu origem ao PR. 

No mesmo ano, Pessoa apoiou o então governador Lúcio Alcântara (então no PSDB) que disputava reeleição. Lúcio perdeu para o atual governador Cid Gomes (PSB) e logo migrou para o PR, onde, junto com Pessoa, torna-se um dos principais opositores ao governo Cid. 

Durante a eleição de 2010, Ciro e Pessoa protagonizaram uma briga que quase termina em agressão física, após debate em uma emissora de TV. Pessoa estava apoiando Lúcio (já então no PR), que perdeu novamente para Cid. 

Em 2012, nova confusão. Ciro foi até Maracanaú apoiar a candidatura de Júlio César (PSD) e aproveitou para fazer duras críticas a Pessoa, que apoiava o candidato que viria a sair vitorioso – Firmo Camurça (PR). A resposta de Pessoa viria em forma de carta aberta, com algumas críticas bem fortes. 

A denúncia de Eudes

O deputado afirma que Cid e Ciro Gomes – ambos do PSB – teriam contratado uma empresa de espionagem para investigar Roberto Pessoa. 

Esse entendimento se depreende, segundo ele, por e-mails trocados entre Cid, Ciro e os secretários de Estado Arialdo Pinho (Casa Civil) e Francisco Bezerra (Segurança Pública). O deputado diz que a reprodução dos emails “apareceu” em seu gabinete, mas afirma desconhecer como os documentos chegaram até lá. 

A resposta de Cid 

Cid reconheceu que sua conta de email foi invadida, mas disse que nenhuma das mensagens era “verdadeira em sua integridade”.Isso porque, segundo ele, sua conta de email estava sendo acessada por outras pessoas. Na versão de Cid, essas pessoas pegavam trechos originais das mensagens e as mesclava com trechos inventados, de forma a prejudicar o governador.

O Povo

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