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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O que dizer das reivindicações do povo de Pentecoste?


Por Nonato Furtado

Formação em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA e Letras pela Universidade Federal do Ceará-UFC. Atua como professor de Literatura e Espanhol em projetos de Extensão da UFC e em escolas particulares de Fortaleza. Escreve contos, crônicas, e envereda pela poesia.

Você ouviu falar que o povo ocupou a prefeitura de Pentecoste? Sabia que o prefeito teve que sentar, junto com seu secretariado, e negociar algumas pautas? Sabia que uma das principais reivindicações é a construção de uma escola? Pois é, existiram outras reivindicações, mas esta se destaca: “As comunidades Sítio do Meio, Salgado, Barra do Leme e Nova Canudos, querem a construção de uma escola que teria sido prometida pela prefeitura.” (O Povo, 25/02/10) É isso mesmo, uma escola. Você não leu errado!

Essas reivindicações reescrevem a história do município de Pentecoste, a 86 km de Fortaleza. Pode até parecer exagero, escrever isso, mas insisto por imposição de minhas subjetividades e auxílio de uma olhada panorâmica sobre o atual cenário municipal. Vale ressaltar que na história recente da cidade, levando em consideração os últimos anos, não temos o registro de muitas ações semelhantes a que aconteceu essa semana. Diversas pessoas ocuparam a prefeitura manifestando sua indignação diante da falta de assistência da administração local em alguns pontos específicos.

Vivemos em um mundo marcado por desigualdades sociais. O que acontece em Pentecoste, uma cidade do interior do Ceará com 35.166 habitantes (IBGE, 2010), é um reflexo micro do que acontece no resto do Brasil, em particular no nordeste brasileiro. A falta da garantia das condições básicas de saúde, educação, segurança pública, etc. por parte das autoridades (in)competentes.

Eventos assim são o rascunho de uma nova pintura, cores novas que dialogam na tela do tempo e projetam uma cidade com o desenvolvimento de uma cultura que disporá de poderosos meios de controle social e participação popular. Mas, a partir de quando isso começou a mudar? O que está fazendo com que as pessoas se mobilizem, se manifestem, se indignem, saiam às ruas, se revoltem, escrevam? Esse cenário não foi a Avenida da Universidade, não foi a Praça da Bandeira, não foi a Praça do Ferreira, todas situadas em Fortaleza e palcos de tantas manifestações históricas. O espaço foi a Prefeitura Municipal de Pentecoste lotada de agricultores, pescadores, professores, pessoas do povo dialogando, argumentando, exigindo seus direitos.

Esse fato deve ser encarado por todos, inclusive pela administração, como um evento altamente educativo. Primeiro, pelo diálogo e depois pelos seus muitos desdobramentos. O menino que estava na escola, ouviu o barulho na rua e perguntou à professora do que se tratava. A professora, que também desconhecia o fato, soube lá na direção e não pode conter a curiosidade das crianças. Uma menina que chegou em casa e contou para o pai, que estava justamente conversando sobre o assunto com o visinho, pois este tinha ido à prefeitura. Enfim, os corredores da cidade se encheram da notícia. A rádio divulgou, a imprensa de Fortaleza ficou sabendo, “Moradores de Pentecoste vão à prefeitura pedir melhorias.” (O Povo, 25/02/10, e conseqüentemente o mundo todo.

É, fico feliz porque as invisíveis estruturas sócio-históricas e culturais conservadoras da cidade estão sendo fragmentadas e a participação popular através das diferentes organizações e mobilizações tem sido uma constante nos últimos tempos em Pentecoste, nossa terra.

Texto escrito em 26 de fevereiro de 2010.

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